19 de dezembro de 2009

Almir do São Raimundo

Ele fez parte da uma safra de bons jogadores formados no bairro de São Raimundo e desde o time infantil demonstrava boas qualidades. Embora de baixa estatura, sobressaia-se pelo modo com que tratava a bola, com passes certos, sempre colocando em boa condição seus companheiros de ataque, virtude que o levou, rapidamente, a galgar a categoria superior. Por isso, para chegar ao time titular não demorou muito tempo. O São Raimundo Esporte Clube onde passou seus melhores momentos como jogador de futebol, era a sua paixão, saudades do tempo de Ismael Benigno, um presidente que dava tudo pelo clube e aos atletas aos quais sempre tratava com muito respeito.

Almir Gomes Pinheiro, nasceu em Manaus, a 4 de dezembro de 1943 e no seu tempo as peladas ainda eram no campo velho, onde hoje está o Colégio Pedro Silvestre e a atual sede do clube. Depois do infantil e passar pelo time juvenil com grande destaque, fez sua estréia no dia 17 de junho de 1964, numa quarta-feira, no Parque, contra o Nacional, jogo que terminou em 3 a 3.

Era o primeiro jogo profissional disputado em Manaus. Seu trabalho dentro das quatro linhas foi plenamente satisfatório e nunca mais deixou o posto de meia-armador, chegando a formar com Zamundo um meio de campo respeitável.

No São Raimundo, Almir chegou a ser artilheiro de seu time com 5 gols, no campeonato de 1965, embora o desempenho do time não tenha sido das melhores. No ano seguinte, no primeiro campeonato já controlado pela FAF, o São Raimundo sagrou-se campeão sob o comando de Pedrinho Lustosa e posteriormente do saudoso radialista João Bosco. Nesse campeonato, às vezes atuava como ponteiro esquerdo, no lugar de Chevrolet, um atacante que também teve destaque no “Tufão da Colina”.

NO NACIONAL
O profissionalismo estava engatinhando no futebol amazonense. Uma razoável proposta que recebeu do Nacional, em 1967, levou-o a vestir a camisa do “clube mais querido” que ainda funcionava na rua Saldanha Marinho. Sua estréia no novo clube deu-se no dia 17 de outubro, contra o Sul América, na Colina. O Nacional venceu por 3 a 1. Jogou como ponteiro num bom ataque formado por Pratinha, Lió ou Pretinho, Edson Piola. Em 1968 Almir colocou a faixa de campeão pelo Nacional, ao lado de Marialvo, Zé Carlos, Pedro Hamilton, Sula, Berto, Téo, Mário Vieira, Rolinha, Lió, Holanda, Pretinho, Pepeta, Zezé, Valdomiro, Bel, Bosco Spener, Jonas e Heraldo.

A VOLTA
Em janeiro de 1969, Almir estava de volta vestindo novamente a camisa do São Raimundo. Disputou a Taça Amazonas, mas encontrou dois fortes concorrentes na posição de meia-armador, o carioca Jarbas, ex-Olímpico e Nostradamus, que veio do futebol de Rondônia e por isso só jogou algumas partidas, como ponteiro ou no meio de campo, mas em 1970, firmou-se compondo o meio de campo com Augusto e já em 1973, com o cearense Adonias, ano em que foi requisitado pelo Rio Negro para disputar o Copão Brasil.
Era um time com 24 jogadores, 50% de “importados”, dentre eles Almir Coutinho, Denílson, Silva, Ferreira, Dinho, Zé Carlos, Toninho Goiatuba, Zé Cláudio, Osmar, e as chances foram poucas.

Voltou ao São Raimundo ainda como titular. No dia 6 de julho de 1975, no penúltimo jogo de seu clube nesse campeonato oficial, atuou pela última vez com a camisa alvi-azul, no Vivaldo Lima. O jogo foi contra o Nacional, para o qual o São Raimundo perdeu por 0 a 3. Na ocasião, eram seus companheiros, Tatinha, Augusto, Paulinho, Otávio, Chiquinho, Caroço, Jacó, Saúba, Rolinha e Edmar, Edson Trombada e Django.

Almir durante o ano de 2004 passou por problemas de saúde um tanto grave. Alguns amigos decidiram organizar um festival para ajudá-lo num transplante de fígado. Morreu no dia 10 de maio de 2005.

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Author: Carlos Zamith