Vasculhei o meu Baú Velho e encontrei a foto que o leitor Josimar M. de Almeida, residente na Colónia Oliveira Machado, da rua São José, pediu-me esta semana. Confessou ser fastiano e anda muito angustiado com a situação de seu clube, outrora a terceira força do nosso futebol e o que maior cartaz tinha lá fora.
É o Fast, ou o Rolo Compressor, campeão de 1960, ainda na época do amadorismo, quando o clube dava apenas a camisa, às vezes o calção para o seu jogador. O resto, chuteira e até meiões, era por conta do atleta que também pagava de seu bolso o transporte para chegar ao Parque Amazonense ou ao campo da Colina.
O campeonato de 1960 ainda estava sob o controle da Fada, dirigida pelo saudoso desportista Laércio Miranda, que nessa temporada promoveu uma inovação: Campeonato em duas chaves, tão grande era o número de participantes. E foi adotado o critério de acesso.
Na Chave A, os mais categorizados clubes: Nacional, Rio Negro, Auto Esporte, Fast, São Raimundo, Sul América, Santos e Educandos.
Na Chave B, Internacional, América, Guanabara, Clipper, Labor, Princesa Izabel, Independência e Estrela do Norte.
No final da competição, o Fast sagrou-se campeão da Chave A com 5 pontos negativos e o Nacional ficou em segundo com 8. Na Chave B, laureou-se o América de forma insofismável com 7 pontos negativos, enquanto o segundo lugar ficou com o Internacional. Com 12 pontos o América subiu para a Chave A e o Educandos, último colocado deste grupo, desceu.
Foi muito boa a campanha do Fast. Fez o artilheiro do Campeonato, o avante Português, com 20 gols. Santarém, do São Raimundo, ficou abaixo, com 10 tentos.
O ataque do Fast marcou 35 gols, perdendo apenas para do Auto Esporte que somou 37. Ficou ainda, ao lado do Nacional e do próprio Auto, com a defesa menos vazada do Campeonato, com 20 gols contra. Pelo regulamento da competição, foi decidido o título em melhor de quatro pontos.
O Fast teve ainda que enfrentar por duas vezes o time do América para fazer jus ao trinunfo. E foi bem porque venceu as duas partidas por 4×1 e 3×1. O campeonato foi demorado pelo número de participantes, complicado e pouco rentável, pois os jogos eram desenrolados em três campos, aos sábados e aos domingos. Esse sistema fracasado não vigorou no ano seguinte.
A partir da direita para a esquerda, do maior para o menor, estão na foto os diretores Lambeck e José do Vale, este residente em Belém e que recentemente esteve em Manaus;
Negão – Goleiro, funcionário dos Correios e que também jogou pelo Sul América;
Almir – Pertencia ao time de aspirantes e com algumas oportunidades entre os titulares;
Zézinho Casanova – Hoje alto comerciante com boas lojas de confecções montadas em Manaus;
Hosannah Florêncio de Menezes – Juiz de Direito;
Purgante – Zagueiro e também goleiro. Símbolo da raça fastiana. É funcionário Municipal.
Cesário – Jovem que pertencia ao quadro de aspirante;
Orleans – Ainda hoje um doente fastiano. Era médio de apoio. É funcionário municipal.
Rosas – Quatro-zagueiro, antigo funcionário dos Correios;
Nêgo – Lateral que veio do interior. É funcionário aposentado do Basa;
Marcelo – Apoiador, funcionário da Sucam;
Edmilson – Revelado na Escola Técnica. Jogava de zagueiro;
Paulo Lira – Ponteiro esquerdo, falecido recentemente;
Jofre – Lateral esquerdo revelado em Aparecida. E funcionário portuário;
Pedrinho – Pertencia ao quadro de aspirantes;
Jonas – zagueiro de baixa estatura, campeão também pelo Nacional e hoje funcionário aposentado do Basa;
Padeirinho – Atacante e que defendeu o Fast em muitas temporadas. Trabalhava no comércio, no ramo de medicamentos;
Dadá – É o último da foto, atacante que também jogou no Nacional. Irmão de Ribas que também foi nacionalino e do zagueiro Jaime Costa, já falecido;
O Fast conquistou até hoje seis titulos, sendo quatro no amadorismo: os de 1948, 1949, 1955 e 1960 e dois no profissionalismo: 1970 e 1971.
Hoje é dia de São Cosme e São Damião. Também é o dia do ancião.
Mário Torres faleceu no dia 24 de setembro de 1987, na residência do seu filho, no Conjunto Kissia. Antigo jogador do Fast Clube que há algum tempo estava doente. Seu corpo foi enterrado próximo a de outro craque, Vidinho.
Filed under:Fast || Tagged under: 1960, campeão, fast, futebol, manaus
Author: Admin
1 comment
Fast sempre Fast, eu vou ser Fast até morrer…
27 de setembro de 2015 23:38 ||