Um jogador que esbanjava tranqüilidade, boa técnica, responsável, caladão e que teve uma passagem muito boa pelo futebol do Amazonas. Filho de ex-jogador da década de 30, o Edgar mais conhecido pôr Edgar Elefante, durão nas jogadas divididas e que por isso marcou, também, sua passagem, jogando pelo Cruzeiro do Sul ou pela União Esportiva Portuguesa, no tempo de Aguinaldo, Beleza, Tácito Moura, Dico, Paixão, Sabá e outros.
O filho é Valdir Santos, que teve o Santos acrescentado no tempo em que defendeu o São Raimundo por causa do Valdir, o goleiro que passou a ser Valdir Melo, a fim de facilitar a identificação nas transmissões esportivas pelas emissoras de rádio.
Valdir Santos (na foto Basílio e Valdir Santos no São Raimundo – 1966) nasceu em Manaus a 3 de janeiro de 1943 e muito cedo começou a tocar na bola. O juvenil do Clipper , da Visconde de Porto Alegre foi seu primeiro clube da Federação, que na época disputava o campeonato da segunda categoria, em 1957. Tinha 14 anos. No ano seguinte, por insistência de sua irmã Alice, uma ferrenha torcedora do Auto Esporte, trocou de clube. Um dia, véspera de importante jogo contra o Nacional, o médio Almério, que trabalhava no comércio como vendedor de medicamentos, teve que viajar para o interior e Cláudio Coelho chamou-o para o posto. Agradou “e ficou algum tempo formando a intermediária do Auto ao lado de Nonato e Guilherme Terçado”.
Em 1963, Valdir Santos fez todo o campeonato com a camisa do Fast Clube que tinha na sua linha média o forte da equipe: Antônio Piola, Valdir e Jofre, com uma boa estréia derrotando o São Raimundo por 4×2, na Colina e recorda que o Piola fez 2, Pretinho e Eládio completaram o marcador.
A peregrinação de Valdir continuou. Em 1964 vestiu a camisa do Olímpico que estava voltando após sete anos de inatividade. Era também o primeiro campeonato profissional do Amazonas. O time não foi bem e por isso não voltou no ano seguinte. Livre, sem qualquer vinculo, Valdir ingressou no São Raimundo e no ano de 1966, o seu time era campeão da cidade.
No São Raimundo foi onde passou os melhores momentos de sua carreira. Jogou no time da Colina até 1972. Parou quando ainda tinha muito futebol pela frente, com 29 anos de idade. Achou que estava na hora, mas continuou nas peladas esbanjando categoria e com o mesmo físico de trinta anos passados.
Ao Valdir o futebol só lhe ofereceu uma coisa boa, além dos amigos: uma casa no conjunto Campos Elíseos um grande presente do Dr. Flaviano Limongi, quando presidente da FAF. Até hoje o imóvel lhe pertence. Trabalhou na Universidade do Amazonas, desde quando passou de jogar oficialmente.
MARACANÃ
Valdir jogava pelo São Raimundo em 1969 e o Nacional estava em grande atividade para se exibir no Maracanã, contra o Maringá. Tinha Valdomiro e Sula para a posição. A direção do Naça resolveu solicitar por empréstimo o seu concurso, com negociações feitas através de Alfredo Ferreira Pedras e Ponde de Leão. Valdir foi incorporado à delegação, mas não chegou a jogar.
Outro grande momento de Valdir foi num jogo São Raimundo x Rio Negro, em 1967, valendo pelo campeonato do ano anterior, com mais de cinco mil pagantes no Parque. O Rio Negro vencia por 3×1, mas o São Raimundo, em sensacional virada, empatou o jogo. Sabá 2 e Ademir, de penal, para o Rio Negro: Aírton 2 e Nonato, de penal, para o São Raimundo.
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Author: Carlos Zamith
5 comments
Meu querido, gostaria que o senhor postasse a história futebolística do grande atacante Santarém, que tanto meu pai fala, da época romântica do nosso futebol, que anda tão abandonado, a falta de grandes jogadores, pode ser a causa desse desprezo, os clubes só contratam incompetentes para vestir a camisa de nossos clubes, infelizmente não tem condições de pagar ingresso e assistir peladeiros de fim de semana, e ainda por cima vestindo a camisa do meu Nacional.
9 de janeiro de 2010 11:12 ||
Obrigado por atender minha solicitação.Quanta saudade de ver meu tio atuando,um craque da bola e exemplo de atleta.
9 de janeiro de 2010 11:12 ||
caramba.esse blog é muito bacana relatando a historia da nosso futebol .e essa radio mostrei para o meu avô ele gostou muito valeuu…
9 de janeiro de 2010 13:26 ||
exemplo de jogador e companheiro classico nas jodas e leal nos disarmes esse e o valdir santos
29 de setembro de 2010 12:47 ||
Que homenagem justa. Era muito legal ver a classe do Valdir Santos naquela zaga do São Raimundo. Grande caráter.Grande amigo. Um senhor craque, no tempo em que havia futebol nesta terra. Agora sobra campo e falta craques.
13 de outubro de 2012 19:45 ||